Os hackers
mostraram novamente sua força. Na última semana, foram disponibilizadas,
por meio da Deep Web, mais de 32 milhões de senhas de usuários do
Twitter. A ideia era vender na internet informações dos usuários
afetados, como nome, endereço, e-mail e outras senhas. Deep Web
refere-se ao conteúdo da web que não é indexado pelos mecanismos de
busca padrão, ou seja, são “invisíveis.
Abílio Pettenazzi (*)
Esse é mais um caso de sucesso dos cibercriminosos, que cada vez mais
invadem sistemas e expõem dados de usuários mundo afora. O site
haveibeenpwned.com, por exemplo, traz uma lista com diversos outros
casos, como da Forbes, LinkedIn, Myspace, Snapchat, Sony e Vodafone. O
portal permite também consultar se sua conta foi afetada.
Quais lições podemos tirar de um caso como este? E por que um roubo
de senhas de uma rede social pode trazer insegurança para as empresas?
A partir do momento que os dados foram expostos na Deep Web, um grupo
de cibercriminosos que esteja trabalhando em um ataque a uma empresa
específica pode se beneficiar desses dados.
Os usuários do Twitter, em sua maioria, estão ligados aos nomes das
pessoas físicas que são proprietárias das contas. Por exemplo: a
probabilidade da conta do João Silva no Twitter ser @joaosilva ou alguma
variante simples desse exemplo como @jsilva ou @silvajoao é bem alta.
Caso esta
pessoa trabalhe em uma empresa que está sendo alvo de ataque de
cibercriminosos, o acesso a um modelo de senha do usuário irá facilitar o
ataque. A probabilidade da senha do Twitter ser igual ou muito parecida
à da rede corporativa é alta. É assim que um ataque direcionado para
roubar dados de empresa consegue ter sucesso, explorando dados
disponíveis dos usuários da empresa na web, seja na Deep Web ou em redes
sociais. Por isso, todo cuidado é pouco.
O Cybercrime já virou uma indústria lucrativa que movimenta mais de
US$ 1,5 Trilhão de dólares ao ano, de acordo com dados apresentados por
empresas do setor de segurança da informação.
Com a chegada do artificio Bitcoin, moeda digital que não possui
rastreabilidade em suas transações financeiras, o cibercriminoso agora
pode fazer dinheiro virtual e depois trocá-lo por dinheiro real. O
Bitcoin acelerou o crime sem fronteira, portanto hoje uma empresa de
qualquer tamanho e setor pode ser atacada virtualmente de qualquer lugar
do mundo.
Um motivo que aumenta os riscos é o fato de empresas, principalmente
de menor porte, possuírem menos investimentos e infraestruturas de
segurança, o que facilita o ataque dos cibercriminosos. É como na vida
real: é mais fácil invadir uma casa cheia de câmeras, seguranças, cercas
elétricas e sistemas de alarme ou uma com uma com apenas portão e
grades?
É preciso sempre investir na conscientização de seus usuários,
capacitação da equipe de TI e escolher as tecnologias que atendem melhor
a necessidade da companhia de acordo com o plano de segurança, sempre
levando em conta três fatores: aderência da tecnologia ao ambiente,
preço e relacionamento com o fornecedor.
Para o caso da exposição de senhas do Twitter, o ideal seria
solicitar a troca de senha de todos os usuários da rede corporativa da
empresa, aplicando sempre a regra de senhas padrão com no mínimo oito
caracteres, incluindo letras, números e símbolos, que não sejam iguais
às últimas 10 senhas gravadas.
E outro ponto importante é divulgar casos como este do Twitter para
os colaboradores como forma de alerta tanto para a vida pessoal quanto
para prevenção da segurança da informação no ambiente corporativo. Dessa
maneira, a empresa pode aprender com o ocorrido e também minimizar os
riscos.
(*) Gerente de Produtos da Brasoftware, especialista em segurança, virtualização e disponibilidade
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