terça-feira, 25 de outubro de 2016

Projetistas implantam juntas ferramenta BIM para atender construtora


O BIM permite identificar interferências, chamadas clash detections, ainda no projeto.A MKZ Arquitetura e a Martins Projetos de Instalações são parceiras em várias iniciativas, cada uma em sua especialidade. Mas a pedido da construtora e empreendedora Brasal, de Brasília (DF), elas tiveram que desenvolver um projeto único em Building Information Modeling (BIM), algo que ainda não tinham feito juntas.
O projeto é interessante por que envolvia projetistas de arquitetura e de instalação, mostrando avanço de integração da metodologia em torno de um objetivo”, conta Tiago Ricotta, da Brasoftware, empresa que prestou consultoria de agosto de 2015 a abril de 2016 para implantação do BIM e desenvolvimento do projeto na modalidade de acordo com a demanda da construtora.

A MKZ já tinha alguma experiência de uso da tecnologia BIM, mas a Martins ainda não havia trabalhado com ela. “Inicialmente, enviou-se uma proposta em separado para ambas empresas. Havia diferença de escopo”, afirma o especialista. Mas por conta do custo, decidiu-se unir as duas propostas.

O projeto já existia, mas precisava converter em BIM a pedido da construtora”, conta Tiago. Trata-se de um projeto de prédio padrão de uma edificação residencial típica da capital federal, de estatura baixa. Além do BIM foram implementadas as soluções Revit, de modelagem, e a Naviswork, de compatibilização, todas da Autodesk. O BIM permitiu a construção virtual do edifício, com as disciplinas do projeto modeladas tridimensionalmente, centralizando as informações em uma única fonte de dados. 

“O desafio foi atender a expectativa das duas empresas. A Martins não tinha tanta formação para a ferramenta como a MKZ, o que exigiu mais treinamento à instaladora”, relata. Por conta conta da inexperiência maior, a projetista de instalação acabou arcando com 60% dos custos da implantação do BIM. 

O principal ganho foi aumento da qualidade dos projetos. “A projetista instaladora ganhou um diferencial e tanto”, acrescenta Tiago. “Sempre utilizamos o AutoCAD como prancheta eletrônica e, diante disso, vimos muitos benefícios de migrar para a tecnologia BIM”, destaca Alan Rocha, gerente de Projetos da Martins.

“Se não contarmos com parceiros no BIM, perderíamos muitas das vantagens. Ficaríamos somente na arquitetura e, na hora de compatibilizar o projeto, seria preciso voltar ao 2D. O intuito deste projeto piloto era fazer todo o projeto executivo, clashes de compatibilização, detalhamento e a parte de quantitativo de materiais desse prédio, o que só foi possível com os demais parceiros também projetando em BIM”, analisa Rodrigo Jardim, gerente de
Projetos da MKZ. 

Tiago Ricotta explica ainda que cada vez mais as construtoras têm exigido projetos em BIM, principalmente para geração de relatórios de interferências, os chamados clash detections, antes de iniciar as obras, para evitar mudanças de projeto ao longo da construção com relação às instalações eletromecânicas. 

O especialista da Brasoftware expõe também que hoje há três linhas de atuação do BIM: projeto, que envolve desde a concepção e documentação até análises de engenharia e critérios de sustentabilidade; construção, que permite a ligação entre o 3D, planejamento e gestão de custos; e operação e manutenção, com planejamento de manutenção preventiva, gerenciamento de espaços e ativos. “Essa ampla gama de possibilidades confere benefícios a todas as partes interessadas e envolvidas no desenvolvimento dos mais diversos tipos de empreendimentos”, conclui ele.

Matéria publicada na revista - O Empreiteiro - Ano LV - Setembro 2016. Nª 555 - www.revistaoempreiteiro.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário