
O Brasil perdeu duas posições e caiu da 7ª para a 9ª posição no ranking dos países que mais investem em tecnologia no mundo. Segundo estudo da empresa de pesquisa IDC, publicado anualmente pela Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), os valores aplicados na compra de equipamentos, softwares e serviços somaram US$ 38 bilhões, um total 3,6% inferior ao de 2015. Somando-se a área de telecomunicações, o volume chegou a US$ 90 bilhões. Também sob esse critério o país perdeu uma posição, descendo para o 7° lugar.
A perda de espaço foi resultado da valorização do real e da recessão econômica, que reduziu os orçamentos das empresas. Além disso, o Canadá e a Índia, que passaram a ocupar a 7ª e a 8ª posições, respectivamente, ampliaram os investimentos em 2015, ganhando vantagem sobre o Brasil. No caso do Canadá, houve um avanço de 4%, para US$ 46 bilhões. A Índia aumentou os gastos em 8%, para US$ 41 bilhões. O mercado global movimentou US$ 2,03 trilhões em 2016, um aumento de 2%.
Na divisão por áreas de investimento, o Brasil apresentou comportamentos distintos. Em software, houve estabilidade (crescimento de 0,17%); em serviços, foi registrado avanço de 1,88%; em equipamentos ocorreu queda de 5.91%. Como ainda representa a maior parte do que se gasta com tecnologia no Brasil - 52% do total - a área de equipamentos puxou o desempenho para baixo.
Segundo Jorge Sukarie, presidente do conselho da Abes, a retração no segmento de equipamentos é reflexo do recuo nas vendas de smartphones, PCs e tablets. Com a crise, consumidores e empresas adiaram as trocas, derrubando as vendas, que ficaram em US$ 19,8 bilhões. Na avaliação do executivo, menos gastos em softwares e equipamentos levaram a mais recursos aplicados em manutenção, suporte e consultorias, o que puxou para cima os gastos com serviços (US$ 10,2 bilhões, ou 27% do total).
De acordo com Sukarie, a expectativa para 2017 é que o mercado volte a crescer. A dúvida é em que ritmo. É que com as incertezas trazidas pelas delações dos executivos da J&F, a estimativa de crescimento traçada em janeiro pode não se concretizar. Até meados de maio, quando vieram à tona as denúncias contra o presidente Michel Temer, a avaliação era que o Brasil poderá voltar ao seu ritmo histórico de crescimento de investimentos em tecnologia: o dobro da média mundial, o que significa que o avanço em 2017 poderá chegar a 6,7%. "A expectativa de maior avanço já era para o segundo semestre, o que ajuda a manter um avaliação positiva. Mas ainda é difícil dizer como vai ficar. Mas ainda acredito que dá pra avançar acima da média mundial [de 3.4%]", disse Sukarie.
Fonte: Valor Econômico
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