terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Realidade mista e medicina: cirurgia sem surpresas

No filme Star Trek, o médico da USS Enterprise, Bones McCoy, diagnosticava seus pacientes com seu “tricorder”. Na vida real, a medicina ainda não chegou tão longe. Mas conversei com o Dr. Simon Kos, diretor médico da Microsoft, para ter uma perspectiva da velocidade em que as novas tecnologias digitais avançam e estão trazendo melhores resultados clínicos.

Tal como acontece em outras profissões, o trabalho de médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde está sendo digitalmente transformado. “É emocionante e está acontecendo mais rápido do que pensamos”, disse o Dr. Kos em uma recente visita à Singapura. “O futuro já está aqui. Os profissionais da saúde estão abraçando a tecnologia e estamos aprendendo muito.”


Muitas dessas mudanças – desde o diagnóstico e digitalização, até o gerenciamento de doenças crônicas, cuidados em casa e cirurgia – estão sendo concebidas por algumas das principais instituições médicas do mundo. Talvez o fator de mudança seja a realidade mista, que combina os mundos real e digital para que os objetos físicos e digitais coexistam diante dos olhos de um usuário. Atualmente, ela está sendo aplicada na educação médica, no planejamento cirúrgico e, cada vez mais, nos cenários reais de operação.

Vamos começar no início. O funcionamento interno do corpo sempre nos fascinou, muito antes de Leonardo da Vinci. E até hoje, a maioria das escolas de medicina baseia-se em livros, modelos e, assim como Leonardo, na dissecação de cadáveres para ensinar anatomia e procedimentos cirúrgicos aos futuros médicos. Mas isso de repente mudou.

“Nosso modo de visualizar o corpo na medicina tem sido, historicamente, como uma abstração bidimensional. Agora, por meio da realidade mista, podemos vê-lo em três dimensões e isso é bastante transformador”, diz o Dr. Kos. A realidade mista é tão transformadora que os médicos – que normalmente são conservadores com relação a adoção de novas tecnologias – estão aproveitando.

Instituições como a Case Western Reserve University, em Cleveland, nos Estados Unidos, e a Universidade de Sydney, na Austrália, estão usando o Microsoft HoloLens para ensinar seus alunos. Usando os headsets, eles podem “ver” e estudar as complexidades anatômicas como se estivessem no interior do corpo. Tutoriais tridimensionais, projetados em uma viseira, mostram graficamente como o coração bombeia, como o sistema nervoso funciona, como os ossos e os músculos interagem, bem como o desenho dos órgãos vitais. Os alunos podem caminhar em volta e até mesmo através das imagens projetadas para se familiarizarem com o assunto.

Da mesma forma, a empresa de treinamento e educação global, CAE Healthcare, tem como objetivo melhorar a segurança do paciente, fazendo com que seus alunos usem o HoloLens para simular e praticar procedimentos médicos. O presidente da instituição, Dr. Robert Amyot, diz que os profissionais de saúde estão em seu momento “mais perigoso” quando ainda estão em uma “curva de aprendizado”. Mas agora isso mudou completamente devido ao HoloLens. Por meio de simulações repetidas e em 3-D, os alunos podem praticar cenários variados, cometer erros e tentar coisas antes de tratar pacientes reais.

Por Geoff Spencer
Fonte: Blog Microsoft Brasil - news.microsoft.com

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